terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O livro dos Mortos e a Pirâmide de Gizé

 O livro dos mortos e a pirâmide de Gizé

A Grande Pirâmide de Gizé, foi a única que foi construída, desde o fundamento até o cimo, com a precisão requerida por um instrumento, uma jóia e que encerra para toda a eternidade, em cada uma de suas medidas, as correspondências essenciais com o Universo.  Todas as outras pirâmides eram reproduções grosseiras da forma geral da Grande Pirâmide, sem ter dela nem a precisão, nem a execução perfeitas.

Este monumento eterno, além de seu papel de resumir conhecimentos astronômicos, era destinado a servir de santuário para o culto solar, no qual se realizava o Mistério da mais alta Iniciação.

O corredor de entrada desce num ângulo de aproximadamente 26º.  Este corredor vai de encontro a um outro que sobe segundo um ângulo sensivelmente igual.  Este se divide, a certa altura, em dois corredores que levam, um a uma galeria no teto elevado, chamada : "A GRANDE GALERIA", a qual conduz à "CÂMARA DO REI", e outra horizontal, a uma outra câmara conhecida sob o nome de "CÂMARA DA RAINHA".

Se compararmos a disposição destes corredores com as passagens figuradas sobre as    pinturas murais que representam o trajeto do sol através do "HADES", não se pode deixar de notar pontos comuns.

A entrada simboliza a PORTA DOS INFERNOS onde o morto desce, desaparecendo na      obscuridade entre as montanhas de Abidos.  A descida prossegue até o encontro com o      CORREDOR ASCENDENTE.  É a hora do julgamento.  Este, em razão dos pecados cometidos      em sua existência encarnada, é condenado à destruição, ou, como diz o texto do "Am-Duat"     "vai para a região de Soker" (o deus da terra), desliza ao longo da descida que representa o      falso caminho RESTAU.  Ele cai no fosso e é tragado sob o monte de areia de Soker. Aquele, que ao contrário, provou por sua vida direita que é digno da vida eterna, merece a recompensa da ressurreição e se eleva pela passagem ascendente até a nova bifurcação.  A passagem ascendente  é chamada no LIVRO DOS MORTOS: "Caminho da Verdade nas Trevas".  Quando chega a este ponto, lhe é deixada a escolha. A porta que se abre para o corredor horizontal representa a porta HADES no mau caminho RESTAU.  Este corredor conduz à câmara das "coisas secretas de RESTAU", através da qual o deus (preparando sua ressurreição) não passa, mas (os que estão nesta câmara) ouvem sua voz". (Am-Duat-4ªdiv.)

O LIVRO DOS MORTOS chama esta câmara: "CÂMARA DO 2º NASCIMENTO". Isto significa que, apesar de aqueles que escolheram este caminho tenham renunciado à elevação suprema      predestinada, lhes é permitido "ouvir a voz do Logos" e eles estão conseqüentemente     capacitados a reparar seu erro, implorando a Deus que lhes conceda a permissão para alcançar o caminho verdadeiro.

Resta "A GRANDE GALERIA", chamada no LIVRO DOS MORTOS: "O CAMINHO DA VERDADE PARA A LUZ".  É a ascensão para o lugar da ressurreição.  Ele representa o trajeto do sol se elevando para o lugar de seu nascimento nas montanhas orientais.  Este lugar misterioso do nascimento do Sol é simbolizado pela "CÂMARA DO REI".  O teto da passagem horizontal que conduz a esta câmara é rebaixado por três enormes pedras que obrigam aquele que quer penetrar na câmara a abaixar-se muito, por três vezes.  Esta passagem é chamada no LIVRO DOS MORTOS: "VESTÍBULO DO TRÍPLICE VÉU".  Esta passagem impõe o último obstáculo antes da alma ser definitivamente admitida no lugar da ressurreição, que o LIVRO DOS MORTOS chama de: "A CÂMARA DA TUMBA ABERTA".  Um sarcófago de granito de bela feitura se encontra na CÂMARA DO REI.  Não há tampa para esta "TUMBA ABERTA"; ela jamais foi utilizada para conter o morto e jamais foi destinada a este uso.

Um outro traço importante que caracteriza a Pirâmide de Gizé, é seu perfeito sistema de ventilação. Nenhuma outra pirâmide, nenhuma outra tumba do Egito, foi provida de ventilação de espécie alguma.  E isto é perfeitamente compreensível, pois as tumbas eram feitas para conter corpos mortos que "não respiram".  Nenhum ser vivo podia penetrar numa tumba após os funerais, pois ela era selada e sua entrada obstruída por pedras; ela se tornava um "lugar secreto", a morada do morto.  O simples fato da existência de um sistema de ventilação instalado na Grande Pirâmide deveria ter chamado a atenção e mostrar que este monumento não era destinado aos mortos, mas ao uso de pessoas vivas, que tinham necessidade de respirar.é preciso ter presente na mente que as representações do Duat foram compostas pelos      sacerdotes da época tebena (XI e XX Dinastia) quando o dogma foi tornado muito complexo.

  O jogo citado no livro dos mortos: SENAT

É um dos jogos da família do gamão, assim como a Tábula. Segundo os folhetos dos "Jogos da Terra", teria sido encontrado um tabuleiro deste jogo na gruta de Abidos, no Egito, que foi datado de 5500 anos!

Outra obra, cita que um riquíssimo tabuleiro foi encontrado no túmulo de Tutankâmon, tabuleiro esse de ébano e marfim, com as peças em ouro.

Os desenhos existentes no tabuleiro teriam utilidade para os mortos no seu caminho na outra vida. O Senat (ou Senet) era conhecido como "Jogo de passagem da alma para outro mundo". Tanto é verdade, que é citado no conhecidíssimo "Livro dos Mortos" egípcio. O jogo simbolizaria a luta da alma do jogador contra o mal ou com as forças inimigas, que vagam no Nada. As peças de cada jogador são chamadas de "dançarinos", enquanto os "dados", são chamados de "dedos". Aqueles encontrados no túmulo de Tutankâmon, tem a forma de dedos humanos, com unhas esculpidas.

No túmulo de um sacerdote egípcio, morto no século IV a.C, encontra-se uma cena deste sacerdote jogando Senat, com a inscrição: "o coração em delícia, num jogo com amigos após o almoço, aguardando o momento de refrescar-se no salão da cerveja" Parece que, desde aquela época, jogo combina com bebida...

Além do tabuleiro simples da "Jogos da Terra", em papelão, existe o tabuleiro mais elaborado, de madeira, da "Origem", com os dados em forma de "dedos".

O livro dos mortos e os talismãs

Na civilização egípcia, cuja religiosidade sempre esteve atrelada à magia e à alquimia, que o uso de amuletos mais se difundiu na antigüidade. Num sem-número de sepulturas pré-dinásticas do Egito, tais objetos, geralmente feitos em xisto verde, foram fartamente encontrados. Popularizaram-se gradativamente a partir de 3.000 a.C., ao longo da era das dinastias, quando passaram a ser esculpidos sob diversas formas de divindades (como o olho de Hórus), animais (como o abutre e o boi), insetos (o mais comum era o escaravelho) ou ainda sob o molde de coração, cruz ansada, cetro, colar, etc.

Não raro, tais artefatos, remotamente datados, traziam ainda inscrições com palavras de poder, obviamente talhadas por magos sacerdotes, com o intuito de serem proferidas pelo morto em sua vida no além-túmulo. Muitas dessas imprecações, mais tarde, foram inseridas no Livro dos Mortos, em seções especificamente destinadas a exortar o mal e provar a dignidade da alma perante o tribunal de Osíris.

Do Egito, o uso dos amuletos difundiu-se pelo mundo antigo, impres- sionando os persas e os hebreus, que os adotaram, os gregos e, a partir destes, os romanos. Os árabes chamaram esses objetos de tilasmi, que significa tanto “sortilégio” quanto “aquilo que se veste ou se porta”, originando-se daí o nome talismã.  

O livro na preparação para a vida futura

Nenhuma crença foi tão marcante na sociedade egípcia, ao longo de cinco mil anos, quanto a da vida após a morte. Nos túmulos pré-dinásticos, simples covas circulares cobertas de madeira, encimada por uma pilha de rochas e sedimentos, o morto era inumado em posição fetal, com a face voltada para o Oeste. Ao seu redor, eram depositados vasos cerâmicos, facas de sílex, adornos, entre outros objetos (El-Mahdy, 1995: 118). Tais evidências refletem, respectivamente, o renascimento e a preocupação com o bem estar do morto no outro mundo. Em épocas dinásticas, notadamente após o Primeiro Período Intermediário, a vida além-túmulo seria acessível a todos os egípcios que providenciassem a mumificação de seus corpos, procedimento este extremamente necessário para a sobrevivência das demais partes que formavam o indivíduo.

Igualmente importante era a preparação de um enxoval funerário, o qual incluía, além de alimentos e bebidas, o mobiliário que o falecido utilizou durante a vida (roupas, cosméticos, jóias, móveis ferramentas, etc.), bem como uma série de outros bens especialmente confeccionados para o uso na vida futura (Budge, 1995: 168).

Segundo o Livro dos Mortos, após o funeral, o akh do morto dirigia-se ao horizonte ocidental, onde ficava a Sala do Julgamento presidida pelo deus Osíris (El-Mahdy, 1995: 154). Perante quarenta e dois deuses, o morto declarava sua inocência, enquanto em uma balança o seu coração (representação da consciência) era pesado contra a pena da deusa Maat (representação do equilíbrio), com o objetivo de verificar que o morto não houvesse mesmo cometido as quarenta e duas ações que contavam da “confissão negativa” (encantamento n° 125), como vemos abaixo: 

“Ó tu, cujos passos são longos, que vens de Heliópolis, eu não menti.” e,

“Ó tu, que és abraçado pelo fogo, que vens de Khereha, eu não roubei.” (Faulkner, 1993: 31)

a razão destas ações serem negadas demonstra que as mesmas faziam parte do cotidiano egípcio. Os próprios símbolos formadores das palavras “mentira e “roubo” refletem igualmente seu significado. Na palavra mentira, grg, o determinativo é um pequeno pássaro que representa ações pequenas ou mundanas; e na palavra roubo, awAi, o determinativo é um homem batendo com um bastão, sem dúvida uma ação repressora ou condenatória, o que demonstra que extraía-se confissões de quem roubava através de bastonadas nas palmas das mãos e nas solas dos pés.

O morto, caso fosse considerado transgressor de alguma das quarenta e duas ações condenadas, fato que nunca aparece representado nas vinhetas dos papiros, teria seu akh devorado por uma criatura híbrida chamada Ammit, a “engolidora de almas”. Se fosse considerado puro, tornar-se-ia um justificado, mAa-xrw, e passaria a viver eternamente no reino do deus Osíris. 

A preparação para uma vida futura, segundo a religião egípcia, devia incluir nos túmulos objetos que o morto iria reutilizar. Tais objetos foram o principal alvo da atividade dos saqueadores. Na tentativa de contê-los, antes mesmo dos saques serem efetuados, sua prática já era condenada pela ideologia religiosa. A arquitetura funerária foi modificada, as tumbas imponentes foram substituídas pelos discretos hipogeus, construídos longe dos templos funerários.

Extraído de http://br.geocities.com/progenie_apocalipse/

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